quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Algumas impressões sobre o Alfa...


Toda a formação que tive pelo CFORM foi bastante válida na medida em que proporcionou estudo de temas pertinentes à prática de ensino de Língua Portuguesa. Esse estudo e as discussões tiveram como ponto de partida os fascículos do curso, que contemplam muito bem os diversos aspectos da formação de um professor de Português. As aulas foram enriquecedoras, aumentando meu arcabouço teórico e fazendo com que revisitasse minha prática enquanto docente. Mas o que deixou essa experiência de tutoria mais completa foi a possibilidade de aprender com tantos professores, sejam os cursistas, sejam os outros tutores e os formadores do CFORM e EAPE.
O trabalho com os professores cursistas foi uma confirmação do meu gosto pela sala de aula. Apesar de ser tão gratificante os momentos de formação na Unb e na Eape, sentia-me mesmo plena nas quintas-feiras, quando estava com os cursistas. A cada encontro era uma descoberta nova, um novo desafio, um olhar diferente, uma mudança de pontos de vista. Sempre dizia a eles que eu era a que mais iria tirar proveito desse curso, pois teria contato com o maior número de professores. E realmente, acredito que superei minhas expectativas com relação ao meu crescimento profissional, o qual cresceu junto com a sensibilidade de enxergar no outro uma possibilidade de ser cada vez mais humana. Tivemos problemas apenas com relação ao espaço físico, infelizmente a Secretaria não dispõe de um espaço próprio para realização de cursos de formação continuada, aliás, só tem a Eape, que para muitos é de difícil acesso devido à dificuldade no deslocamento.
Desde o início do curso, quando tivemos que abrir inscrições para professores das séries iniciais – 3 e 4 série – tracei um objetivo que ia além dos propostos pelo curso, o de quebrar o paradigma da divisão e da falta de diálogo entre professores das séries iniciais e os das séries finais. Fiquei muito satisfeita com o resultado; trocamos muitos conhecimentos e informações práticas que muitos desconheciam, por exemplo, o tipo de avaliação que é feita nas séries iniciais. Alguns encontros tiveram cara de fóruns. A participação nas discussões era maciça. Tenho certeza de que todos, principalmente eu, saíram dessa formação bem diferentes, com outro olhar a respeito do ensino da Língua. Espero ter passado com fidelidade o que recebi na minha formação, a qual se estendia nos encontros de quinta-feira.



Algo que me deixou entusiasmada, depois de alguns limites vencidos, foi a construção do Blog. No início tive muita resistência, pois não tenho muita afinidade com eletrônicos – gosto muito de escrever à mão, imprimir minha emoção na caligrafia – mas por livre e espontânea pressão tive que dar um jeito de fazê-lo. Hoje, tenho muito orgulho dele, pois para mim foi mais que um simples trabalho, foi superar mais um desafio. Pena ter pouco tempo para dedicar-me a ele, mas quero continuar alimentando-o com novidades e descontrações.
Gostei bastante do livro Raízes do Brasil, que livro denso... até hoje faço reflexões sobre ele. É um livro o qual todos os professores deveriam ler, aliás, num sonho um pouco distante, todos os brasileiros. Bom, as atividades passadas pelo Dioney enriqueceram minha formação, pois permitiram um maior aprofundamento acerca dos temas, a integração com o grupo e o prazer em aprender com os colegas na apresentação de seus seminários, tanto no conteúdo quanto na metodologia.
Esse curso foi uma grande oportunidade para mim. Conheci pessoas incríveis, das quais quero manter o contato sempre, e pude aprender muito com cada uma delas. Hoje, sinto-me mais segura dentro da minha profissão e mais certa de que não escolhi esse caminho por acaso. Lembrei-me agora do primeiro encontro em que um cursista, que infelizmente desistiu do curso, disse algo maravilhoso que descreve minha paixão pela docência: “O prazer de ser professor está no simples pretexto de conviver.” É isso que me motiva no dia-a-dia, a convivência, o descobrir o outro e o se deixar descobrir.
Apesar de já ter feito muitos cursos de formação continuada, neste curso fiquei mais sensível à importância desse trabalho, acho que pelo fato de vivenciar os dois papéis: o de professora e o de aluna. Foi uma experiência fantástica. Sugiro um Alfa para professores de 3 e 4 séries, pois estes não têm muita opção em cursos, na verdade quase nenhum. E para o Ensino Médio, dando continuidade ao trabalho feito nas séries finais. Afinal, estamos em constante formação e esta não deve encerrar-se juntamente com o curso.