sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Visita à Feira do Livro - Manhã

No No dia 4/9, fui com os cursistas à 27ª Feira do Livro de Brasília. Quantos livros...de todos os tipos, gostos e tamanhos. Pela manhã conversamos um pouco com duas escritoras no estande da Arco-íris, Vera Lúcia e Rosângela, as quais escrevem livros infantis. Vera Lúcia falou a respeito do gosto pela leitura que precisa ser despertado na criança, mas que para isso o mais importante é que ela tenha um modelo de leitor a seguir, aquele que expressa de forma espontânea o prazer pela literatura. Muitas vezes fomos cobrados na escola por leituras, que ao invés de ser um prazer, tornaram -se verdadeiras torturas. Percebi que em relação a isso, a única, ou melhor, a primeira medida a ser tomada é se desamarrar da cobrança curricular. Não estou dizendo aqui que temos que esquecer o Currículo, pois em boa medida ele é necessário. Mas que o importante é como se trabalha esse compêndio, principalmente no que tange à Literatura. Quanto mais ela for cobrada, menos será vista de forma positiva. E o mais difícil é despertar esse gosto, depois de se conseguir isso, as leituras fluem naturalmente. Isso é o que percebi na minha experiência em sala. De nada adianta insistirmos numa leitura se ela não despertou o interesse do nosso aluno.


Precisa-se dar aquela primeira alavancada, seja qual for a série. Acontece muito (digo isso porque era assim que pensava) do aluno de 5ª a 8ª série, ou de Ensino Médio, ser mais cobrado com leituras extensas e exaustivas, pois muitas vezes o primeiro pensamento do professor é que o fato dele estar alfabetizado - quando está - é suficiente para que ele seja um leitor. Creio que para o desenvolvimento do gosto pela leitura é muito importante a propaganda dos livros, momentos na aula que se comente sobre livros e textos, não se importando com a faixa etária nem a quantidade de páginas, tudo dependerá da forma como serão explorados. Haja vista a delícia que são os livros do André Neves e Jonas Ribeiro, que fazem, nós adultos, nos deleitarmos em suas palavras e imagens.


Logo, vemos e aprendemos com esses autores considerados infantis, que a faixa etária indicativa do livro não pode ser empecilho na construção dos leitores de nossas turmas. Para a formação de leitores não se impõe regras, mas se convida a trilhar diferentes caminhos, não se esquecendo que para os iniciantes nessa caminhada da leitura é preciso um guia, e este pode e deve ser nós professores.


Como falei na importância do guia na formação do leitor, lembrei-me do que a escritora Vera Lúcia falou a respeito desse nosso papel de conduzir ao gosto pela leitura. Cada vez que formos trabalhar um livro é importantíssimo que situemos a história no que diz respeito ao local onde se passa, aos costumes daquele lugar, hábitos alimentares, vestuário e outros. A história tem de estar mais próxima do aluno, para que ele sinta certa intimidade com aquilo que está lendo. Ela então sugeriu que levássemos mapas e outros recursos que possam levar algo concreto daquele livro para os alunos. Tenho certeza que alguns professores já fazem ou já fizeram isso. Se você faz ou fez, deixe seu relato, isso vai enriquecer nossa prática em sala.

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