Em primeiro lugar acho importante falar de como cheguei aqui. Estava em sala de aula com turmas de 7ª e 8ª série e me convidaram para ministrar o curso de Alfabetização e Linguagem, para professores de séries finais. Fiquei em dúvida por um tempo, mas quando vi o material do curso me senti mais segura, uma vez que estudei com a professora Vilma, Maria Luíza e Marta Sherre (a qual comunga da mesma teoria do material feito por Bagno). Então resolvi aceitar a proposta, vi como uma grande oportunidade profissional e também pessoal, pois tenho procurado realmente enxergar os acontecimentos como uma oportunidade, oportunidade de mudança, reflexão, reconstrução e aprendizagem.
Hoje estou como tutora de duas turmas mistas, há professores de séries finais e de séries iniciais (3ª e 4ª série). Essa abertura para as séries finais foi muito bem vinda, pois o diálogo das duas etapas é fundamnetal, uma vez que muitas vezes essa oportunidade não é dada.
Logo no primero encontro fizemos a dinâmica dos marcos profissionais. Foi maravilhoso ouvir o relato dos professores. Cada um trouxe um discurso emocionado, principalmente quando falavam da fase da alfabetização. Alguns com memórias tristes e certos traumas de infância, infelizmente causados pelos seus professores, outros com memórias saudosas e felizes.
Saí desse primeiro encontro muito satisfeita e com a certeza de que tinha muito a aprender com aqueles pofissionais, pois senti que seria uma troca riquíssima.
No segundo encontro falamos sobre quem é o professor de Língua Portuguesa. Durante a discussão tocamos num ponto que achei bastante pertinente e que seviu de ótimo exemplo para introduzir um dos objetivos do Curso. Alguns professoes citaram o caso do preenchimento dos relatórios dos alunos de 1 a 4 série, os quais são avaliados por meio de um relatório descritivo. Foi discutido nesse dia a dificuldade de muitos professores no preenchimento desse documento, foi entào que analisamos o papel da escola e até da graduação nesse preparo. Vimos que até mesmo o professor tem dificuldades na escrita e que essas deveriam ser sanadas na escola e muitas vezes não é. O exemplo do relatório foi excelente para mostrar a importância do letramento, e não só da Alfabetização. Ora, o professor estudou muito, foi até aprovado num concurso e quando assume sua profissão apresenta dificuldades em elaborar um relatório descritivo, onde ele deveria ter aprendido isso? - foi a pergunta que fiz ao grupo -infelizmente não foi na escola, pois eu passei por isso quando assumi minha primeira turma de 1 série. Felizmente sempre tive gosto pela escrita e não foi tão difícil, mas via os professores arrancando os cabelos quando a avaliação passou a ser dessa maneira. Ou seja, o ensino da Língua não está ou não estava sendo eficiente, pois diante de um trabalho profissional, muitas vezes não sabemos como agir. Esse caso dos relatórios foi só um exemplo real e bem significativo para entendermos que não basta só ler e escrever, é preciso dialogar com seu texto e ter consciência de sua finalidade. Se o relatório é uma avaliação bimestral do meu aluno, cognitiva e comportamental, preciso ser imparcial e aquele texto deve de fato retratar o desenvolvimento sócio-cognitivo da criança. Tudo isso entra na dimensão do Letramento, que é algo novo para muitos, mas que tenho certeza de que não o será ao final desse curso.
Os professores estão bem motivados e abertos a avaliarem sua prática a cada encontro, sempre trazendo suas angústias...ah, essas sempre sào trazidas à tona, mas sei que é parte do processo da caminhada de um curso de formação continuada e da própria formaçào de um grupo.
No terceiro encontro...
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